Conto de Natal

O que o Natal significa para você? Fé? Família? Presentes? Feriado? Um pouco de cada? Qual é o verdadeiro Espírito do Natal?
À minha família, aos meus amigos e a você (que se dispôs a ler esse Blog em uma época festiva) eu desejo UM FELIZ NATAL!!!


O Verdadeiro Espírito do Natal!


Era 24 de dezembro daquele ano. Todos estavam sentados à mesa para mais uma ceia farta. Entre uma colherada de arroz e farofa e um pedacinho de peru, a pequena Laura aguardava ansiosa a chegada do Papai Noel. Ele viria, não viria? Claro que sim! Viera três semanas antes para recolher sua cartinha. Aquele sim, o Papai Noel de verdade! Com uma barba de verdade! Não como os de mentirinha que ficam em shoppings, com suas barbas fajutas.
Terminada a ceia, todos se reuniram em volta da árvore iluminada e tão bem decorada. Fazia tempo que a árvore não ficava tão bonita. Laura queria que aquele Natal fosse especial porque seria seu último como filha única e sabia que os próximos seriam divididos com seu irmãozinho que nasceria em poucas semanas. Era meia-noite. A família então deu as mãos e fez uma oração para celebrar o nascimento de Cristo, Mamãe ensinara que era a coisa mais importante do Natal e que os presentes eram apenas "invenções da mídia". Laura não sabia o que era mídia, afinal tinha só cinco anos, mas se Mamãe falou, está falado! Após a oração, todos desejaram um FELIZ NATAL e foram dormir.
No meio da madrugada, Laura acordou com um barulho vindo da sala. "É ele!", pensou, e saiu correndo para ver se conseguia flagrar o Bom Velhinho. Qual não foi sua surpresa ao ver Papai, não o Noel, mas o biológico, colocando os presentes sob a árvore de Natal. Paralisada e inconformada, Laura não conseguiu segurar o choro que subia freneticamente por sua garganta. Ao ouvir aquele ruido estridente, Papai fitou sua filha, horrorizado e pesaroso por ter estragado a ilusão de sua primogênita. Definitivamente, não era a hora de estragar o sonho e a fantasia de uma criança. Ainda mais de sua filha. Manteria a chama da criatividade acesa até que Laura tivesse idade suficiente para entender e se recuperar do choque que seria a descoberta da não-existência do Papai Noel.
Então, com um rápido jogo de cintura, e antes que fosse tarde demais, Papai falou: "Filha, acordei com um barulho e vim ver o que era. Encontrei os presentes espalhados e resolvi colocá-los embaixo da árvore. Acho que o Papai Noel estava com pressa e não deu tempo de arrumá-los!". E então Laura abriu um sorriso. O mais belo sorriso que Papai já vira. Aquele momento foi precioso. Impagável! A prova definitiva de que Deus está nas pequenas coisas. De que fazer alguém feliz custa tão pouco. O verdadeiro Espírito do Natal!