Era uma bela garotinha vivendo em um mundo bastante grande. Cheia de sonhos era ela. Princesas, bruxas, príncipes. Tinha todos os ingredientes para seu conto de fadas perfeito. À medida que ia crescendo, sua inocência ia sendo comprometida pelo mundo assustador em que ela foi percebendo que vivia. Por que é que os contos de fadas não podiam se tornar reais?
Realidade. Que palavra mais enigmática. Qual é o limite para ela? O que realmente determina o que é real e o que não é? Sua mente era perturbada pela obscuridade de seus pensamentos mais profundos. A vida já não era mais um lugar seguro para sua criança interior. Sozinha estava ela. Mesmo cercada de pessoas. Quanto mais apelava para a razão, mais vazia se sentia.
Vácuo. Sem sentimentos. Sem emoções. Sem nada. Viveu a vida como em uma peça de teatro: uma tragédia grega. Um espetáculo divino, sem espectadores, exceto ela mesma e os deuses do Olimpo.
O ato final. O ambiente tenso. Silêncio. Nenhum aplauso. E as cortinas, finalmente, se fecharam.